sábado, 18 de agosto de 2012

Os amores de meus amores

Como posso demonstrar esse sentimento tão ambíguo?

Ainda sou pessoa formada pelo capital
Ainda quero possuir, ainda morro de ciúmes
Ainda me dóem os pensamentos em que não estou

Mas por outro lado sei que nunca vou possuir ninguém em alma, porque à alma é impossível ser possuída

Então deixo irem meus amores
Ao sabor do mar de suas próprias almas
Sei que vão, e sei que voltam, e sei também que vão pra não mais voltar.

E vejo meus amores, meus grandes amores (Que são meus, meus, meus)
Com seus amores

E como é gostoso vê-los tão felizes!

Os que voltam, e os que não voltam por sua própria vontade
E ainda os que vacilam pelas necessárias vias da moral
É bom vê-los todos, com suas felicidades

E ver que meus amores nunca deixarão de sê-lo, junto com tantos outros amores

E quão gostoso é esse sentimento de, com um amor meu, compartilhar segredos
E agrados, e desagrados
E felicidades e infelicidades tidas com outro amor

Deixando livre meu amor
Serei sempre fadada a deparar com os amores de meus amores

Sentimento ambíguo, pois ainda sou pessoa do capital. Mas sendo ambíguo é bom.
E é só bom!

Nenhum comentário:

Postar um comentário