quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O momento em que se pode expressar

Você está lá, nos meus braços, aconchegada sob a penumbra e o cansaço. O cansaço é muito, mas ainda assim você exagera, talvez querendo esconder algo. Seu corpo macio se conforta em mim. E a menção de um sorriso já quase inconsciente me traz um momento mais de alegria. No momento seguinte seu pensamento se deixa ir e seu relaxamento pressiona meu corpo.

Mas sua respiração feliz e suave dá lugar a um ofegar quase bufante, transmitindo a tensão pelo ar. Seus dentes estalam. E estalam novamente.

Os espasmos espalham por seu corpo, tão intensos que parece lutar. Só se limita na maciez da fronteira de nossos corpos, que tenta sobreviver. Você não mais me responde.

Dorme.

Dorme em aparência de agonia. Mas quão gostoso deve ser esse sono, que libera tudo isso que estava preso nesse corpo tão doce. Como parece necessário dissipar toda essa tensão que escondia em você.

E que escondia você.

Minha querida, o que há aí dentro que te faz tão mal? O que você usa tanta força para esconder, que só no sono pode se expressar?

O que está em você, e o que te faz feliz?

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